

Golfe e protestos na visita de Trump à Escócia
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, jogou golfe neste sábado (26), durante seu primeiro dia de visita à Escócia, onde estão previstos vários protestos contra sua ida ao país.
Durante a manhã, o republicano, seu filho Eric e o embaixador americano no Reino Unido, Warren Stephens, jogaram golfe em um dos complexos de sua família na localidade de Turnberry e posaram para as câmeras da imprensa.
Esta pitoresca vila no sudoeste da Escócia perdeu a sua habitual tranquilidade e se transformou em uma fortaleza, com ruas fechadas e controles policiais, após a chegada do presidente na noite de sexta-feira.
Seja a cavalo, a pé, com cães ou em quadriciclos, a polícia local patrulha este famoso campo de golfe, bem como as praias e dunas que o cercam.
Trump chegou na sexta-feira, no aeroporto de Prestwick, onde centenas de curiosos se aproximaram para ver a chegada do avião presidencial e de sua comitiva.
Embora, em uma visita anterior, o líder republicano tenha expressado seu amor pela Escócia, terra natal de sua mãe, sua política e os investimentos locais da empresa familiar geraram controvérsia entre os escoceses.
Ao falar com a imprensa na pista de pouso, Trump imediatamente citou os altos níveis de migração irregular.
"É melhor que se organizem ou não terão mais Europa", opinou, ao afirmar que isso está "matando" o continente.
Centenas de manifestantes protestaram neste sábado em frente ao consulado dos Estados Unidos em Edimburgo, a capital, e na localidade de Aberdeen (leste), onde a família Trump tem outro campo de golfe.
Convocados pela Coalizão Para Frear Trump, os participantes levaram cartazes com mensagens como "A Escócia odeia Trump" e agitaram bandeiras palestinas em meio a um forte contingente policial.
As forças de segurança também estão em alerta sobre qualquer nova manifestação perto de Turnberry.
- Visita polêmica -
A visita do presidente de 79 anos divide a população local.
"Muitas pessoas não confiam em Trump e eu sou uma delas. Acho que ele é um megalomaníaco", disse o aposentado Graham Hodgson à AFP.
"Ama tanto a si mesmo. Acho que está causando muitos danos em todo o mundo com suas tarifas. E acho que tudo é pelo bem dos Estados Unidos, mas neste momento também acredito que os Estados Unidos estão pagando o preço por suas políticas", finalizou.
Admiradores do republicano também foram ao aeroporto, como uma criança que segurava um cartaz de boas-vindas ou um homem que agitava uma bandeira com seu famoso slogan "Make America Great Again".
"Acho que o melhor de Trump é que ele na verdade não é um político, mas é o homem mais poderoso do mundo e acredito que está buscando o melhor para seu país", disse à AFP Lee McLean, de 46 anos, que viajou da cidade vizinha de Kilmarnock.
"A maioria dos políticos deveria olhar primeiro para os melhores interesses para seus países antes de olhar os do exterior", afirmou.
A agenda oficial do presidente americano está vazia no sábado, mas no domingo ele se reunirá com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que espera alcançar um acordo sobre as tarifas comerciais.
Também tem previsto um encontro com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, antes de partir para Balmedie, uma pequena cidade costeira, onde espera inaugurar oficialmente um novo campo de golfe em um de seus complexos hoteleiros.
O retorno do republicano aos EUA está programado para terça-feira (29).
J.Mana--HStB